Se esperavam um gesto do governador Carlos Brandão (PSB) pela unidade do seu grupo político nas eleições de 2026, os chamados dinistas não viram apenas um, mas vários gestos nas últimas semanas.

• Brandão tem tornado o seu vice, Felipe Camarão (PT) forte protagonista do governo;
• o petista tem liderado secretários de peso em ações do governo na capital e no interior.

Ao mesmo tempo em que reforça a posição do seu vice, o governador tem buscado gente de sua estrita confiança para reforçar a ideia de candidatura a deputado federal do secretário de Articulação Municipal Orleans Brandão (MDB), como este blog Marco Aurélio d’Eça registrou no post “Audreia Noleto confirma candidatura de Orleans Brandão a deputado federal…” e também no post “‘Sempre defendi a unidade sob a liderança de Brandão’, diz Rafael de Timon”.

• para efeito de comparação, não há registros de que Brandão tenha recebido gestos do então governador Flávio Dino nesta mesma época do ano pré-eleitoral de 2021; (Veja aqui, aqui, aqui e aqui)
• é preciso deixar claro que as atitudes de Brandão ocorrem mesmo em meio a um bombardeio dinista, o que deve ter levado ao seu desabafo na entrevista ao jornal O Globo.   (Entenda também aqui)

Mas se tem a boa vontade do governador, o novo momento do vice-governador tem a ver também com sua mudança de atitude.

Felipe Camarão mudou de comportamento em relação aos dinistas, mostrou lealdade ao governo e até rompeu com o principal líder da rebeldia, o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade).

• o vice-governador paira hoje acima da guerra entre dinistas e brandonistas na Assembleia;
• também trabalha em faixa própria, buscando alianças pessoais e atraindo novos aliados.

Se a nova relação entre o governador e o vice já permite apostar na chapa Camarão e Brandão em 2026, ainda pode ser cedo para cravá-la; mas o nível de confiança tende a evoluir para a segurança mútua no que diz respeito ao papel de cada um nas eleições de 2026.